quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

ARTIGO Aquecimento global: Brasil luta para proteger a Amazônia de incêndios, secas e tempestades

The World Bank Working for a World Free of Poverty



DESTAQUES DO ARTIGO

Na Amazônia, as consequências do aquecimento global incluem secas, cheias e incêndios mais intensos. Também há riscos cada vez maiores para a biodiversidade.
As emissões de gases causadores de efeito estufa podem fazer com que o mundo fique até 4ºC mais quente neste século, segundo um estudo do Banco Mundial.
O Brasil já começou a agir e planeja reduzir as emissões desses gases entre 36% e 39% até 2020.Em 2005, quando uma seca afetou a Amazônia, diversos rios secaram e pelo menos 20 municípios declararam estado de emergência. À época, 70 milhões de hectares de árvores (i) foram afetados.
O pior: as árvores não haviam se recuperado ainda quando uma segunda seca – mais grave do que a primeira – atingiu a floresta em 2010.

A intensidade e a frequência de secas como essas (e de tempestades na Amazônia também) podem aumentar ainda neste século, segundo o estudo Turn Down the Heat – Why a 4ºC Warmer World Must be Avoided, do Banco Mundial. 

O relatório (Diminuindo o Calor – Por que um Mundo 4º mais Quente Precisa ser Evitado, numa tradução livre) mostra que o planeta já está 0,8ºC mais quente do que nos tempos pré-industriais. O estudo ainda alerta que, com as atuais emissões de gases causadores de efeito estufa, o aquecimento global pode chegar a 4ºC antes de 2100.

Grande impacto

Entre as consequências, estão o aumento do nível dos oceanos e a ocorrência de temperaturas extremas em todo o mundo.

“O impacto na Amazônia seria enorme,” diz Erick Fernandes, consultor do Banco Mundial nas áreas de mudanças climáticas e gerenciamento de recursos naturais. “As secas de 2005 e 2010 provam que a floresta não se recupera facilmente desse tipo de evento”, acrescenta ele, que é um dos autores do relatório.

Apenas com um aquecimento global de 1,5ºC ou 2ºC (acima dos níveis pré-industriais), os incêndios florestais já poderiam dobrar até 2050. Em um mundo 4ºC mais quente, os danos seriam ainda maiores – principalmente no Pará, em Rondônia e em Mato Grosso, os estados mais afetados pelo desmatamento.

“Se os incêndios se tornarem mais frequentes devido às mudanças climáticas, abiodiversidade (e) da Amazônia também correrá perigo”, diz Fernandes.

Calcula-se que, em todo o mundo, entre 20% e 30% das espécies conhecidas entrarão em risco de extinção caso a temperatura do planeta aumente de 2ºC a 3ºC.


A floresta, quando intacta, resiste melhor às mudanças climáticas e se recupera mais facilmente de pragas e incêndios
Erick Fernandes
Consultor do Banco Mundial nas áreas de mudanças climáticas e gerenciamento de recursos naturais
Objetivos brasileiros

O aquecimento global, no entanto, pode ficar abaixo dos 2ºC se as emissões de gases causadores de efeito estufa forem reduzidas – e se mais providências forem tomadas para preservar ecossistemas como os da Amazônia.

Com um aquecimento de 4ºC, a área das florestas tropicais do mundo deve diminuir e chegar a apenas 25% do tamanho original. Em compensação, se o aumento for de 2ºC, ainda será possível preservar mais de 75% dessas terras, segundo o estudo.

No Brasil, iniciativas como o Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil (PPG7) e o Programa de Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA) têm um papel importante na manutenção dos ecossistemas locais.

“A floresta, quando intacta, resiste melhor às mudanças climáticas e se recupera mais facilmente de pragas e incêndios”, explica o consultor do Banco Mundial.

O governo brasileiro tem a meta de reduzir o desmatamento em 70% até 2017. Além disso, o país se comprometeu a diminuir as emissões de gases causadores de efeito estufa em36% a 39% até 2020 (i) – e o Rio de Janeiro se destaca nesse trabalho.

Objetivos como esses são essenciais neste momento, segundo Fernandes: “Quanto mais puder ser feito para diminuir o efeito estufa, melhor”. Ele completa: “As consequências de um planeta 2ºC mais quente já são suficientemente dramáticas; precisamos agir agora”.


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